domingo, 10 de junho de 2012

O MENINO MALUQUINHO - A Ópera de Ernani Aguiar e Ziraldo




Sobre esta Ópera, de Ernani Aguiar 
sobre libreto de Maria Gessy, baseado em Ziraldo, 
veja a matéria da época da estréia, 
em Juiz de Fora:


O escritor e cartunista Ziraldo costuma falar de seu mais famoso personagem como um pai comenta as desenvolturas do filho. Orgulhoso, disse que comprou um terno novo para assistir anteontem à estréia do musical infantil ‘‘O Menino Maluquinho - A Ópera’’, no Theatro Central de Juiz de Fora, uma adaptação inédita das já consagradas travessuras do garoto inquieto de panela na cabeça. ‘‘É como ir assistir à formatura de um filho. A sensação é exatamente a mesma’’, compara.



Sob a direção artística de Karen Acioly e musical dos maestros Ernani Aguiar e Roberto Duarte (regência), a montagem reúne mais de 100 pessoas, entre atores, músicos e dois coros: um adulto e outro formado apenas por crianças. ‘‘É um espetáculo de muita vivacidade e alegria para contaminar toda a família’’, garante Acioly, que este ano arrematou o prêmio Maria Clara Machado de Teatro Infantil por seu trabalho na opereta ‘‘Bagunça’’.

Ela conta que recebeu total liberdade de Ziraldo para fazer a adaptação do livro, escrito há 23 anos. E, por isso, encara como um desafio e uma ‘‘responsabilidade enorme’’ dar um novo contorno à obra e ao personagem, que ‘‘habita o inconsciente coletivo de três ou quatro gerações’’. ‘‘Nunca dei palpite’’, confirma Ziraldo, o ‘‘pai’’ da criação, que contabiliza várias adaptações para o teatro e duas versões cinematográficas. ‘‘Seria igual escolher o namorado da filha’’, compara novamente.

Dizendo-se entusiasmado e até ‘‘surpreso’’ com a dimensão que o ‘‘Maluquinho’’ vem alcançando, o cartunista revela que o personagem vai ser tema em breve de uma minissérie produzida pela TVE, além de protagonizar um terceiro filme, ainda em fase de produção. Algo que, confessa, nem imaginava quando apresentou os primeiros rabiscos para os companheiros do ‘‘Pasquim’’. ‘‘Eu não achava nem que ele pudesse virar peça de teatro, quanto mais ópera’’.


A versão operística, observa a diretora, foi concebida de forma ‘‘intensa e rápida’’ entre a capital fluminense e a cidade da zona da Mata mineira. Dos 13 atores, três são crianças, que interpretam os principais personagens da obra. João Maia, de 12 anos, natural de Belo Horizonte, irá encarnar o Menino Maluquinho. Sua namorada, Julieta, será interpretada pela carioca Fernanda Cris, também de 12 anos. Já Bocão, o melhor amigo de Maluquinho, será vivido por outro carioca: Tauã Barbosa, dez anos.


CENÁRIO SIMPLES

Acioly diz que optou por um cenário simples, como uma folha de papel em branco, ‘‘que vai sendo colorida e desenhada aos poucos pelos personagens’’. Ela ressalta ainda que os coros - 28 adultos e 46 crianças - não permanecem estáticos e participam das cenas. Algo compatível com a falta de comportamento padrão que a diretora comemora nas crianças. ‘‘As crianças têm os canais de percepção mais intensos que os adultos. Elas absorvem mais um espetáculo’’, avalia.

Classificada pelos organizadores como ‘‘a primeira ópera infantil brasileira’’, a montagem foi produzida pela Sonata Consultoria e Produções Artísticas, do Rio, e pela Scala Escola de Música de Juiz de Fora. A realização é da prefeitura do município mineiro em conjunto com a Amac (Associação Municipal de Apoio Comunitário), instituição responsável pela política de assistência social da cidade, com o patrocínio de empresas privadas. A renda do espetáculo será revertida para os programas da Amac.

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